Nesse momento espero que você já tenha percebido que os ERP
não costumam ser os grandes vilões da história da produtividade nas
empresas (às vezes são). Sendo assim, fica mais fácil você começar a
entender como o ERP torna as empresas mais produtivas.
01) Fazendo Mais Coisas Que Não Faziam Antes
Já
ouvi muitos gestores de empresas dizerem que só queriam ter um novo ERP
para fazer as mesmas coisas que eles faziam antes, porém de forma mais
sistematizada, mais rápida e mais segura. Depois da implantação, esses
mesmos gestores falavam que conseguiram exatamente isso, mas mesmo assim
não conseguiam ver a produtividade do sistema.
Durante muito
tempo eu acreditei que esses gestores estavam se fazendo de loucos, mas
depois eu percebi que eles simplesmente não conseguiam enxergar tudo que
ocorreu ali.
Ao implantar o ERP uma série de recursos de
monitoramento e controle foram criados e passaram a ser utilizados, a
sistematização dos processos exigia que a empresa trabalhasse de forma
mais integrada e tudo que uma pessoa fazia tinha o seu impacto percebido
por outra pessoa da equipe, uma série de novas atividades e de
processos foram criadas e muitas atividades foram automatizadas. E mesmo
fazendo muito mais que antes da implantação, era fácil perceber que as
pessoas estavam mais produtivas.
02) Fazendo as Mesmas Coisas (e Muitas Outras Coisas) Só Que Mais Rapidamente
Quando
você emitia uma Nota Fiscal Eletrônica (NFe) manualmente e outra pelo
ERP você conseguia perceber a diferença do trabalho que dava e do tempo
alocado para executar a atividade; quando você vai fazer a análise de
custos por um ERP e por uma planilha eletrônica também percebe isso, mas
muitas vezes, com base no volume de atividades que a empresa tem, e as
competências necessárias para realizá-las, mesmo que você tenha ganhos
de performance, você não consegue reduzir, de imediato, o número de
funcionários que você gostaria.
Em alguns projetos de ERP vemos
reduções pequenas no número de funcionários, mas na maioria dos
projetos, vemos estruturas montadas capazes de escalar em várias vezes o
seu volume de atividades com pouco ou nenhum aumento de pessoal. Esse
tipo de produtividade é difícil de perceber sem uma mensuração
apropriada.
03) Deixando de Fazer Coisas Que Eram Necessárias
Aquele
controle de lote de produto em cada movimentação de estoque na ficha
manual KARDEX agora é automatizado no ERP; aquela necessidade de levar
um registro de nota de recebimento de materiais para o Controle da
Qualidade agora é feito de forma automática pelo ERP (e sem o problema
do documento sumir na papelada da mesa) e todas as outras dezenas ou
centenas de pequenas tarefas não precisam ser mais feitas e isso,
multiplicado pelo volume de funcionários envolvidos e multiplicado pelos
anos de trabalho são ganhos enormes para as empresas.
04) Deixando de Fazer Coisas Que Eram Desnecessárias
Durante
a implantação ou nas reimplantações de um ERP, indiferente do método
que você for utilizar, você sempre acaba fazendo uma avaliação de valor
dos processos atuais (AS-IS) e dos processos projetados (TO-BE).
Nesse
caso é comum achar um volume significativo de atividades que eram
completamente desnecessárias para a operacionalização da empresa, até
mesmo antes de informatizá-la adequadamente.
São os egos e os
medos das pessoas ganhando espaço no dia a dia, e nos projetos de ERP
fica mais fácil diminuir ou acabar com eles.
05) Fazendo as Coisas Certas
Antes
de mais nada, quero deixar claro que não estou afirmando que as
empresas que usam ERP fazem “as coisas certas” e as que não usam fazem
“as coisas erradas”. O que quero dizer é que a probabilidade disso
acontecer é grande.
Todos os erros operacionais são
improdutividades. Se você vai usá-los para algum processo de aprendizado
ou como base de melhorias, é outra história, mas, em essência, geram
custos desnecessários para o negócio, e quando você tem um ERP adequado e
bem implantado, suportando a sua operação, a quantidade de erros
operacionais é muito menor.
Quantas vezes eu conversei com
gestores de empresas que faziam o seu estudo de fluxo de caixa em
planilhas com premissas completamente erradas, em outros casos simples
análises de ABC de materiais eram calculadas em planilhas com premissas
fora das boas práticas.
Também já vi erros de parametrizações
sendo feitos em implantações de ERP, mas fica mais fácil achá-los e
alterá-los, sem contar que em vários pontos dos ERP vemos recursos sendo
utilizados para evitar erros nos dados de trabalho. Tudo isso aumenta a
produtividade da empresa.
06) Fazendo as Coisas no Momento Certo
Ao
utilizar um ERP você está criando uma grade de informações que permeia
por todos os processos e consegue saber exatamente o que cada um vez e
quando. O simples fato das pessoas saberem que estão sendo monitoradas, e
que os resultados dos seus trabalhos estão expostos, faz as pessoas
mudarem, e muitas das vezes para melhor.
Mauro Oliveira | Consultor especialista ERP | linkedin.com/in/maurooliveiraonline/